Sendo o motivo mais frequente de encaminhamento ao cardiopeditra, o sopro cardíaco (alteração na ausculta do coração) está a frente até mesmo das dores torácicas e desmaios. Ele é uma alteração na ausculta cardíaca (quando o pediatra ouve os batimentos cardíacos) que se assemelha ao som de quando sopramos uma vela, por exemplo.
O sopro deve ser avaliado pelo pediatra geral que acompanha o paciente e irá avaliar não só essa alteração na ausculta, como o quadro completo do paciente (diferença na palpação dos pulsos, coloração da pele (cianose), cansaço) e outras causas para esse sopro que podem estar presentes.
O pediatra irá se preocupar em diagnosticar as alterações que possam ser indícios de malformações cardíacas e realizará o encaminhamento adequado ao cardiopediatra. O sopro, na maioria das vezes, representa variação da normalidade ou simplesmente é inocente. Por isso, o pediatra deve saber quando suspeitar de alterações no coração e ter uma abordagem sistematizada para manejar corretamente o paciente.
Primeiramente, a detecção de alteração na ausculta cardíaca no recém-nascido ou na criança nos primeiros seis a doze meses de vida necessita uma investigação mais detalhada. Aproximadamente 50% dos prematuros com peso abaixo de 1.500g têm cardiopatia, e quanto menor o peso de nascimento, maiores as chances deste evento.
É muito importante avaliar a história clínica (as infecções respiratórias de repetição, desmaios, dores torácicas, cansa fácil ao se exercitar, dificuldade para deglutir, sudorese quando mama, respiração ofegante, pouco ganho de peso), se tem algum parente próximo com cardiopatia e como foi a gestação. Algumas cardiopatias são mais propensas a ocorrer quando se tem na família. E durante a gestação, alguns medicamentos, drogas, álcool e doenças maternas podem causar malformações cardíacas no feto.
Caso o paciente não apresente nenhum sintoma ou alteração na história, pode ser que o sopro seja de uma cardiopatia não diagnosticada, de outra doença ou que seja simplesmente inocente. O pediatra pode solicitar exames complementares para avaliar melhor o quadro e decidir se encaminha ao cardiopediatra.
Caso o paciente esteja com algum sintoma, história de algum parente com cardiopatia ou o sopro não aparente ser inocente, o pediatra deve encaminhar o paciente ao cardiopediatra para que uma investigação mais detalhada seja realizada.
Se o seu pediatra diagnosticou um sopro em seu/sua filho/a, não se preocupe. Ele saberá o que fazer e, se precisar, encaminhará ao cardiopediatra.